domingo, 17 de junho de 2012

Genocídio em Ruanda: a história real de uma sobrevivente

    Um dos conflitos mais dramáticos do continente africano foi o que aconteceu em Ruanda durante o ano de 1994. O país, que já havia sido colônia da Alemanha e da Bélgica, tem duas etnias ou tribos principais: os hutus, que compõem a maioria da população com mais de 80% dos habitantes, e os tutsis, estes de estatura física mais robusta e forte que os primeiros, e por esse motivo escolhidos pelos alemães para ocupar cargos públicos e militares.
    Durante a colonização belga, as diferenças entre os dois grupos eram exaltadas e a hostilidade entre hutus e tutsis crescia. Como eram a minoria da população, essas pessoas foram oprimidas a partir da independência do país, em 1962, e passaram a ser perseguidas pelos hutus. Grupos de tutsis que se revoltaram com a situação assassinaram em 1994 os presidentes hutus de Ruanda e Burundi, um pequeno país ao sul onde a maioria da população também é hutu. Isso gerou grande revolta e, como os hutus já eram maioria e ainda receberam armas e todo o apoio do governo do país para perseguir e matar os tutsis, Ruanda se tornou um campo de guerra e mais de 800 mil pessoas foram mortas.
    Uma jovem chamada Imaculée Ilibazija, que aos 22 anos perdeu a maior parte de sua família nesse terrível massacre, tendo sobrevivido além dela um irmão que estudava em uma universidade distante do foco de tensões, conta no livro "Sobrevivi para contar" como ficou escondida dentro de um minúsculo banheiro com mais sete mulheres que foram acolhidas por um pastor hutu por meses até que pudessem chegar a um campo de refugiados da ONU (Organização das Nações Unidas). As pessoas eram abordadas nas ruas para apresentação de documentos para que pudessem transitar, e os tutsis eram mortos com facões, pauladas, armas de fogo e todo tipo de atrocidade possível foi cometida.
    Imaculée é um exemplo de superação: hoje trabalha na ONU em prol de outras vítimas do genocídio de Ruanda e, por incrível que pareça, conta em seu livro que chegou a encontrar o assassino de seus pais, quando estava preso, e o perdoou. Assim como a família de Imaculée, várias outras foram destroçadas ou completamente dizimadas durante a guerra.

Fontes:
ILIBAZIJA, I. Sobrevivi para contar - O poder da fé me salvou de um massacre. Fontanar, 2008.

Um comentário:

  1. Este com ctza é um dos episódios mais lamentáveis da história não só da África, bem como de todo o mundo. O filme Hotel Ruanda é mto bom, e outro mto interessante é o "a história de um massacre"

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